quarta-feira, novembro 30, 2011
O Teatro brasileiro sob pressão
As artes no Brasil tiveram dois momentos de forte censura, destacando-se o governo de Getúlio Vargas denominado Estado Novo (1937-1945) e o período iniciado a partir do golpe militar de 1964. No período da ditadura militar, a partir de 1964, o teatro sofreu grandes perseguições. Em especial dois grupos, O Oficina, em torno de seu diretor José Celso Martinez Corrêa, e O Arena, em torno de Augusto Boal, que se dedicaram a criar uma dramaturgia brasileira e uma nova formação do ator. Extremamente engajados, e invocando o teórico e dramaturgo alemão Bertolt Brecht como nome tutelar, marcariam a história do teatro no país. Ambos os grupos seriam dizimados pelo AI-5, Ato Institucional que deflagrou o terror de Estado e exterminou aquilo que fora o mais importante ensaio de socialização da cultura jamais havido no país. O Golpe de 1964 havia imposto à sociedade brasileira uma dura realidade. Muitas medidas arbitrárias haviam sido tomadas pelo governo, buscando impedir que vozes contrárias ao discurso nacionalista militar fossem ouvidas. Para o governo militar era necessário lutar pela manutenção da ordem e garantir o apoio incondicional da população aos rumos traçados para o país. Portanto, todos aqueles que discordavam do Regime, ou fizessem qualquer movimento com a intenção de esclarecer, mostrar a realidade da situação, mesmo que através da arte, deveriam ser perseguidos e se possível eliminados. Nesse contexto de combater os “inimigos” da nação, as atividades artísticas e intelectuais foram duramente perseguidas. Os detentores do poder temiam a utilização dos meios de comunicação como veículos de propagação de mensagens subversivas, assim como a influência que poderiam exercer sobre os costumes.
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